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Aos 15, Junior já venceu três tumores; cura de câncer em criança chega a 70%


14/02/2014



Câncer infantil tem sinais e sintomas que podem confundir-se com outras doenças típicas da infância; pais devem ficar atentos a qualquer alteração e procurar atendimento médico

Junior tinha oito anos quando conheceu o câncer. O que parecia um carocinho no pescoço, era um linfoma de Hodkins - tumor no sistema linfático. Após sessões de quimio e radioterapia, foi avisado de que estava livre da doença. Mas não estava. Tempo depois, o tumor voltou. Desta vez, fez um transplante com sua própria medula. Também não resolveu. Na terceira reincidiva, recebeu medula de um desconhecido. E deu certo. Quatro anos após o primeiro diagnóstico, ficou curado. Isso já faz dois anos.

A história de Junior é de vitória, mas não é uma exceção. Ela mostra como, apesar de o diagnóstico assustar, o câncer infantil tem chance alta de ser curado: gira em torno dos 70% quando diagnosticado precocemente. Para efeitos de comparação, quando a doença acomete adultos que vivem em países desenvolvidos, a chance de cura é de 50%.

Na véspera da data em que se comemora o Dia Mundial de Combate ao Câncer Infantil, o iG traz histórias de Junior e de outras duas crianças que lutaram e venceram o câncer. Mel, de apenas seis anos, foi vítima de um tumor agressivo nos ossos, o sarcoma de Ewing, e João Victor, de dez anos, precisou tirar um olho.

Quando Mel Alves de Souza tinha cinco anos, ela repentinamente começou a reclamar de dores nas pernas. A dor era forte, incomodava, fazia chorar. A princípio, o médico que a atendeu não suspeitou de que pudesse se tratar de algo grave. Diagnosticou como ‘dor do crescimento’ e a mandou para casa. Era cinco de dezembro de 2012. Mel melhorou um pouco, mas no dia 20 de dezembro voltou a sentir dores intensas nas pernas. Dessa vez, foi atendida por um neurocirurgião que pediu uma ressonância magnética para entender o que havia de errado ali.

O resultado da ressonância só chegou nas mãos do médico no dia sete de janeiro de 2013, praticamente um mês depois do começo das dores de Mel. E o que dizia no exame não era bom: um tumor na coluna que já havia esmagado duas vértebras da pequena menina, além de comprimir a medula. “O médico disse que tínhamos 24 horas para fazer uma cirurgia", conta a mãe, Joziene do Nascimento Alves, explicando que o que a filha tinha era um sarcoma de Ewing, um tipo de câncer ósseo.

O risco de perder – para sempre – os movimentos do quadril para baixo era alto. A cirurgia, felizmente, foi um sucesso. A garota, no entanto, passou a usar a cadeira de rodas. Transferida para o Hospital A.C. Camargo Cancer Center depois da cirurgia, Mel começou a quimioterapia.

O diagnóstico precoce poderia ter evitado que Mel sofresse tanto. “Esse tumor não é comum na idade da Mel, ele é mais frequente em adolescentes, talvez isso tenha confundido os médicos que a atenderam no início”, explica Cecília Maria Lima da Costa, chefe do departamento de oncologia pediátrica do Hospital A.C. Camargo Cancer Center.

Apesar do sofrimento, a menina fez muitos amigos dentro do hospital. “Na Páscoa ela pediu para o pai comprar ovos de páscoa para todos os amiguinhos. Ela foi na cadeira de rodas, quarto por quarto, entregar o chocolate para as crianças”, lembra a mãe.

Mel também foi alfabetizada na escola que existe dentro do hospital e recebeu visitas de vários famosos, como os artistas da novela infantil do SBT, Carrossel. Em julho de 2013 Mel pôde voltar a se locomover sem o auxílio da cadeira de rodas. Hoje, anda normalmente.

E a doença, desde outubro, se foi. Mel está apenas em acompanhamento, procedimento padrão para todas as pessoas que já tiveram câncer. Agora com seis anos, a garota voltou para a escola, está no segundo ano do ensino fundamental – o primeiro ela cursou dentro do hospital – e o cabelo vai crescendo mais a cada dia.


4 anos de luta para vencer a batalha

Adeildo de Barros Silva Junior, hoje com 15 anos, descobriu de uma forma diferente que tinha câncer. Aos oito anos ele engasgou na escola e o episódio chamou a atenção de sua mãe, Elizabeth Maria Martins, para um pequeno nódulo no lado esquerdo do pescoço. Pensando ser em consequência do engasgo, a mãe levou o menino ao médico que, ao examiná-lo, julgou tratar-se de um cisto cebáceo inofensivo.

Não era. Quando o nódulo aumentou, Elizabeth conseguiu uma consulta com um cirurgião de cabeça e pescoço que, ao examinar, suspeitou se tratar de um linfoma e pediu uma ultrassonografia. “Na época eu não sabia o que era linfoma, achei que era um ‘carocinho’ só. E ao invés de um nódulo, tinham seis. O ultrassonografista aconselhou fazer uma punção. Quando ele explicou que punção era uma biópsia, eu assustei”, lembra a mãe.

Transferido para o GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer) e com a biópsia em mãos, Adeildo passou por uma cirurgia e começou a quimioterapia padrão para esse tipo de câncer, o linfoma de Hodkins.

A quimioterapia que o garoto foi submetido era simples, já que o linfoma de hodkins é um tumor que tem crescimento rápido, mas que responde muito rápido aos tratamentos. Não perdeu cabelo, a quimioterapia era a cada 15 dias. O resultado foi satisfatório e a doença não se manifestou mais nos exames.

Um ano depois, no entanto, a doença voltou. Adeildo teve de ser submetido a uma quimioterapia mais forte. Como o resultado não estava sendo satisfatório, os médicos optaram pelo transplante autólogo de medula, que funciona em retirar a medula do paciente no intuito de preservá-la, para poder aplicar uma quimioterapia mais forte na criança, que pode ‘matar’ a medula dela. A quimioterapia foi um sucesso, o transplante também. E a doença, mais uma vez, parou de se manifestar.

Seis meses depois, no entanto, ela voltou. Como Adeildo ainda estava fragilizado por conta do transplante, não foi possível passar por uma quimioterapia forte. Ele voltou para o primeiro tratamento, que era mais fraco. Nesse meio tempo, foi inscrito na lista de pessoas que precisam de transplante de medula. E conseguiu dois cordões umbilicais, um de São Paulo e outro de Seattle, nos Estados Unidos. E o transplante foi um sucesso.

Hoje Adeildo tem 15 anos e está livre do câncer há dois. “Foram 4 anos de luta constante. Ele é um guerreiro, tem uma espiritualidade incrível e nunca desistiu. Sempre agradeceu a cada quimioterapia que tomava, sempre acreditou na vitória dele”, conta a mãe.


O olho brilhou como não deveria brilhar

O brilho que estava nos olhos do bebê João Victor de Carvalho Medeiros não era bom. Aos oito meses de idade, Luciana Medeiros notou que tinha algo de errado no reflexo dos olhos do filho. O diagnóstico veio rápido: havia um tumor que atingia a retina do olho do garoto, mais conhecido por retinoblastoma. E lá foi ela com João Victor para Barretos, no Hospital do Câncer.

“O câncer já estava avançado, ocupava 80% do globo ocular. Era um tumor agressivo e os médicos explicaram que era necessário retirar o olho afetado, porque a quimioterapia não venceria o tumor e as consequências poderiam custar a vida dele”, conta a mãe. No lugar do olho, foi colocada uma prótese. Hoje ele tem 10 anos e troca a prótese todos os anos, pois ela precisa acompanhar o crescimento dele. "Ninguém nota que ele tem um olho artificial e a falta da visão não atrapalhou o rendimento dele na escola, ele é um menino inteligente”.


Câncer infantil

Uma das maiores dificuldades quando se fala de câncer infantil é o diagnóstico precoce, já que os sinais e sintomas se confundem com muitas doenças simples da infância. “Não há um sinal que possa ser exclusivo do câncer”, explica Luiz Fernando Lopes, diretor médico do Hospital de Câncer Infantojuvenil, ligado ao Hospital de Câncer de Barretos.

A dificuldade no diagnóstico precoce, segundo Lopes, é o despreparo pediátrico para as questões oncológicas. “Não ensinamos oncopediatria nas faculdades. Se o médico não passa em uma residência que esteja vinculada a um sistema de oncologia, pode ser que ele seja um excelente pediatra, mas talvez nunca veja casos de câncer”, aponta.

Sem ter como prevenir e sabendo das limitações de diagnósticos, o que resta aos pais é ser insistente. Caso o sintoma não desapareça, voltar ao médico e pedir que a investigação continue.


Mesmo sem sintomas claros, algumas alterações merecem atenção. Veja quais são elas:

- surgimento de nódulos ou caroços;

- palidez e falta de energia sem motivo;

- hematomas sem motivo;

- sangramentos frequentes (sejam eles pelo nariz, ânus ou vias urinárias);

- reclamar de dor localizada e persistente;

- mancar sem nenhum motivo aparente;

- ter febres sem explicação para isso;

- se existir algum aumento de volume abdominal;

- tiver uma dor abdominal prolongada;

- se a criança reclamar de dores de cabeça frequentes, muitas delas acompanhadas por vômitos;

- se há alterações e nos olhos ou na visão, bem como a pupila aparecer branca nas fotos, ao invés de se mostrar vermelha

- se a criança perder peso rapidamente sem motivo;

- puberdade precoce.


Fonte: Saúde iG



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